Por Laura Schneider*
Foi a bordo da Nova Ranger da Ford que nós partimos de Salta rumo a Cafayate, também no norte da Argentina, em busca de mais paisagens de tirar o fôlego e vinho, muito vinho!
A viagem de quase quatro horas passou por cenários incríveis e estradas sinuosas, dando um toque de aventura ao trajeto. Se em Salta o clima já era de filme de faroeste, em Cafayate não podia ser diferente, uma vez que entramos pelas cordilheiras alaranjadas que rodeiam a cidade, passando do Vale do Lerma para o Vale Calchaquí.
O cenário é impressionante, diferente de tudo o que já vi. Conforme fomos avançando pela estrada e entrando em meio às montanhas, a paisagem foi ficando mais rural e mais árida e o contraste do vermelho da terra com o azul do céu, ainda mais acentuado.
Montanhas e mais montanhas foi o que vimos durante toda a viagem, em uma estrada estreita, seguindo sempre um rio quase vazio. O trajeto passou por formações rochosas que já são pontos turísticos, como a Garganta Del Diablo e El Anfiteatro, cujas paradas são obrigatórias. Imaginem só poder entrar no meio de uma dessas montanhas avermelhadas, em pleno deserto andino?
Conforme fomos chegando ao nosso destino final, as paisagens foram mudando novamente, dessa vez para vinícolas enormes e estâncias imponentes, caracterizando bem essa região que produz hoje uns dos melhores vinhos do país.
Famosa por suas uvas e sua arquitetura colonial, a cidade de Cafayate é um dos pontos mais importantes da chamada Ruta Del Vino (Rota do Vinho), que começa em Salta, capital da província de mesmo nome, e passa por entre vários outros vilarejos históricos produtores de vinho até chegar a Cafayate. A cidade, que fica a 1.600m acima do nível do mar, é conhecida por ser uma das poucas no mundo que cultiva a uva Torrontés, encontrada apenas na Argentina.
Dentre os passeios que podem ser feitos estão a visita à Iglesia Catedral Nuestra Señora del Rosario, ao museu de história e arte Calchaquí e ao moinho Jesuíta. Mas o que os turistas que visitam a região querem realmente conhecer é a produção de vinho local e tudo o mais que tenha a ver com o assunto. Não é a toa que a cidade abriga hoje um museu totalmente dedicado à bebida, o Museo de la Vid y el Vino.
Outro passeio indispensável é a visita às bodegas e vinícolas da região. A grande maioria abre diariamente suas portas ao público, com guias que explicam todo o processo produtivo da bebida. Além disso, normalmente ainda é possível fazer degustação dos vinhos produzidos lá e comprar alguns exemplares para levar para casa.
Foi assim que tivemos o prazer de conhecer a Bodega El Esteco, uma das maiores da cidade. A visita, inédita para mim, que tenho pouco ou nenhum conhecimento sobre o assunto, foi toda guiada e nós pudemos entender um pouco mais sobre essa bebida, tão importante para a região.
A propriedade conta ainda com um hotel charmosíssimo, o Patios de Cafayate Hotel e Spa, onde fomos recebidos com um almoço incrível, de frente para a piscina e para as montanhas. A estância, construída em meados do século XVIII, foi totalmente reformada e transformada em hotel de luxo em 2005. O local é lindo e perfeito para quem quer passar uns dias descansando e aproveitando tudo o que a cidade tem para oferecer.
Apesar da região ser um destino pouco visitado pelos brasileiros, um passeio a Cafayate é, sem dúvida, indispensável para os amantes de vinho ou mesmo para quem não entende muito da bebida, mas deseja conhecer uma cidade encantadora com cenários espetaculares.
Como chegar: Os voos para Salta são diários e fazem escala em Buenos Aires. As passagens na baixa estação saindo de São Paulo custam em torno de US$ 625. Para fazer o trajeto pela Rota do Vinho é necessário alugar um carro ou contratar uma excursão. O aeroporto possui serviço de aluguel de carros, mas é possível alugar também em empresas no centro da cidade.
Onde Ficar:
Salta – Design Suites Salta
Cafayate – Patios de Cafayate Hotel e Spa
*Laura Schneider viajou a Salta e a Cafayate a convite da Ford.